Italo Calvino* em seu texto “O modelo dos modelos” traz a reflexão se
realmente seria interessante que fôssemos todos iguais. Que “graça” teria???
Provavelmente não seria interessante, não teríamos desafios, seria tudo muito
previsível. Somos desafiados assim a conviver com as diferenças, em todos os
sentidos: em relação às coisas, às pessoas, às situações... E o que seríamos de nós sem as diferenças???
Estaríamos fadados a conviver no mundo de padrões, que certamente seriam
impostos, de forma ainda mais rigorosa do que aqueles que já somos “obrigados”
a conviver hoje... Acredito até que os modelos sejam necessários para nos
guiar, nos encaminhar e não para determinar como é ou deve ser. Em nossa
sociedade essa busca por padrões, por modelos, ainda é bastante intensa. Quando
vamos aprender que o diferente faz parte da vida? No trabalho dentro das Salas
de Recursos Multifuncionais, ou seja, no AEE conseguimos conviver bem com as
diferenças, pois, sendo até um pouco redundante, não daria para ser muito
diferente...
As diferenças representam grandes
oportunidades de aprendizado. As diferenças oferecem um recurso grátis, abundante
e renovável... o que é importante nas pessoas – e nas escolas – é o que é
diferente, não o que é igual.**
O atendimento nos exige trabalhar com a individualidade de cada um, o que
penso ser muito positivo, já que normalmente na sala de aula regular, a busca
por padronizar e “moldar” todos os alunos prevalece. Quando os professores e os
demais responsáveis irão perceber que não podemos continuar com as mesmas
práticas?!?!? O curso, pelo menos para mim, trouxe muitas reflexões e nova
postura em relação ao trabalho que certamente daqui para frente não será o
mesmo, será ainda melhor e com mais segurança daquilo que devo ou não fazer.
REFERÊNCIAS
*Italo
Calvino. “O modelo dos modelos”. Texto disponibilizado na disciplina de
Metodologia Científica do Curso de Formação Continuada de Professores para o
AEE UFC / SECADI / UAB / MEC. Versão 2013.
**Barth, R. A personal vision of a good school. Phi
Delta Kappan, n. 71, p. 512- 571, 1990.
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